Seis dicas para lidar com o lixo eletrônico

A verdade é nua e crua: o Brasil produz, em média 1,5 milhão de toneladas de lixo eletrônico por ano, sendo o líder da América Latina nesse quesito. Quando levamos em consideração o volume mundial, chegamos a 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico anuais – material avaliado em US$ 60 bilhões. Isso tudo é simplesmente deixado no lixo, sendo apenas um desperdício, quando poderia voltar para a cadeia produtiva e gerar novos produtos.

O fato é que, a cada ano que passa, com o crescimento e avanço da tecnologia, cresce junto o número de descarte de produtos eletrônicos. É Iphone 11, é TV 4k 200’ polegadas, é relógio que mostra batimento cardíaco….tudo isso é adquirido diariamente por milhares de pessoas em todo o mundo. No entanto, o que fazer com os aparelhos que ficaram ultrapassados?

Para lidar com esta realidade, o governo brasileiro criou a Política Nacional de Resíduos Sólidos, em 2010, segundo a qual fabricantes, distribuidores, comerciantes, consumidores e serviços públicos de limpeza devem agir para minimizar o volume de resíduos gerados e estabelecer uma cadeia de recolhimento e destinação adequada pós-consumo. É a chamada logística reversa, um grande desafio para as empresas e também para a população.

Tendo isso tudo em mente, o pessoal do Instituto Akatu, que defende as cores do consumo consciente, preparou 6 dicas para você contribuir com a redução ou direcionamento correto do lixo eletrônico.

Anota aí!

1. Pense antes de adquirir um novo produto

Reflita se realmente vale a pena substituir o celular, o laptop ou o computador por um novo. Será que é apenas por questões estéticas? Ou por funcionalidades melhores que você nem sequer usa? Se buscar por aparelhos mais modernos, às vezes o que você possui só precisa de um upgrade, como o aumento de memória. Ou, se estiverem quebrados, tente consertá-los antes de adquirir um novo. Ao deixar de comprar um novo, você colabora para eliminar os impactos negativos da sua produção, além de economizar no bolso.

2. Dê preferência às empresas preocupadas com os impactos dos produtos

Quando decidir pela compra de um novo aparelho, escolha empresas e marcas que demonstrem preocupação com os impactos os impactos negativos da fabricação, buscando minimizá-los, e do descarte de seus produtos. Dessa forma, você valoriza as boas práticas e estimula os fabricantes a manterem essa conduta, incentivando outros a seguirem por este caminho. Veja alguns exemplos no próximo item.

3. Devolva os equipamentos usados para fabricantes ou lojas

Não jogue no lixo os aparelhos velhos , quebrados e sem possibilidade de conserto. Você pode devolvê-los aos fabricantes, que deverão dar uma destinação adequada, ou pode enviá-los para a reciclagem, que desmontará o produto, utilizará as peças que estão em boas condições em itens novos ou recondicionados, e encaminhará os rejeitos para aterros especiais.

Alguns exemplos são as operadoras de telefonia celular, como Vivo, Claro, Oi e Tim, que tem programas específicos para cuidar do descarte de aparelhos. No caso dos computadores, alguns fabricantes que também oferecem programas são Apple, Samsung, Sony, LG, Asus, Dell, Acer, Positivo e Lenovo. Já cartuchos de tinta e toners de impressoras podem ser entregues para HP e Epson.

4. Leve os aparelhos usados para associações, cooperativas e prefeituras

Se o fabricante do seu produto ainda não tem um programa específico de descarte, entre em contato com associações e cooperativas que fazem esse tipo de trabalho. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (ABINEE) tem, desde 2016, a GREEN Eletron, uma gestora que faz a logística reversa de equipamentos eletroeletrônicos.

Outro exemplo de empresa que atua nacionalmente é o Descarte Certo. Lá, os aparelhos são desmontados por meio de um processo chamado “desfabricação”, e suas peças são recicladas, dando origem a produtos novos ou recondicionados. Há ainda serviços que estimulam a reutilização de aparelhos, dando uma segunda vida útil, como é o caso da empresa socioambiental Reciclecel, que já reciclou cerca de 45 mil celulares.

As prefeituras também mantêm postos municipais de coleta de equipamentos eletrônicos. Para saber onde fica o mais próximo, contate a prefeitura de sua cidade. Há alguns aplicativos que ajudam nisso, como o E-waste e o site da eCycle.

5. Venda seu equipamento

Você realmente pretende comprar um produto mais moderno, como um smartphone de última geração ou uma TV de tecnologia mais avançada? Então pense em vender seu aparelho usado, que ainda está funcionando, para que sejam reutilizados por outra pessoa. Há serviços, por exemplo, que compram celulares usados para consertá-los e revendê-los.

6. Doe para ONGs

Caso não encontre uma empresa que faça a reciclagem dos equipamentos em sua cidade, você pode doá-los a ONGs que trabalham com inclusão digital ou mesmo a entidades que aceitam doações de equipamentos antigos, mesmo que não funcionem mais. Procure por este tipo de instituição na sua cidade.

 

Fonte: Instituto Akatu

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