Desperdício de comida contribui para agravamento das mudanças climáticas

A FAO adverte há anos sobre a magnitude deste problema: quase um terço de todos os alimentos que produzimos — 1,3 bilhão de toneladas por ano — é perdido ou desperdiçado.

Você é daqueles que tem o olho maior do que a barriga e acaba desperdiçando diariamente comida? Então a leitura é especialmente pra você!

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), quase um terço de todos os alimentos que produzimos — 1,3 bilhão de toneladas por ano — é perdido ou desperdiçado.

Ainda segunda a organização, a perda e o desperdício de alimentos gera de 8% a 10% de todas as emissões de gases de efeito estufa produzidos por seres humanos, de acordo com novo relatório sobre mudanças climáticas, o primeiro a destacar a relação estreita entre esse fenômeno e os fracassos do sistema alimentar.

Se compararmos as emissões de gases de efeito estufa associadas à perda e ao desperdício de alimentos com a emissão dos países, elas representam quase a mesma quantidade que o emitido por grandes potenciais mundiais.

Além disso, 38% dos recursos energéticos consumidos pelo sistema alimentar global são utilizados para produzir alimentos perdidos ou desperdiçados. Isso se dá não apenas por ineficiências e limitações nos sistemas de produção e fornecimento de alimentos, mas também durante o consumo.

A prevenção da perda de alimentos pode contribuir para reduzir as emissões do setor agrícola, diminuindo a pressão sobre os recursos naturais e evitando a necessidade de converter terras e expandir a fronteira agrícola. Atualmente, quase 30% das terras agrícolas do mundo são usadas para produzir alimentos que nunca serão consumidos, representando uma área semelhante à área total do continente antártico.

Poluição atmosférica dos lixões no Brasil é maior que a do vulcão Etna ou que três milhões de carros à gasolina

Sabe esse monte de comida vai pro lixo diariamente? Pois bem, uma pesquisa realizada pelo Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (SELURB) revelou que a existência de lixões e a queima irregular de resíduos no país são responsáveis por emitir aproximadamente 6 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2eq) ao ano, o equivalente ao gerado por três milhões carros movidos à gasolina circulando anualmente. Além disso, o estudo identificou um dado quase inimaginável – em 10 anos, os prejuízos causados à atmosfera pela falta de tratamento adequado do lixo no Brasil serão os mesmos que toda a atividade vulcânica no mundo em um ano.

Ainda de acordo com o estudo, a emissão dos gases resultantes da queima de lixo nos depósitos irregulares é equivalente ao movimento anual de uma frota superior a 130 mil carros. Já a produção de gás metano (CH4) oriundo da decomposição dos resíduos dispostos em lixões, equivale quase ao impacto da atividade do vulcão Etna, na Itália, para o aquecimento global. Se esta quantidade fosse revertida em biogás para a produção de energia elétrica, seria possível abastecer por um ano toda a área residencial de uma cidade com 600 mil habitantes.

 

Fonte: ONU

Posts Relacionados