Emissões de gases de efeito estufa do setor de resíduos crescem 80% no Brasil em 15 anos

Apesar de deter tecnologia e expertise para tratamento e destinação final, falta de cumprimento de política pública continua sendo o maior problema

 

O descarte incorreto de lixo, somado à disposição inadequada, à falta de tratamento de efluentes industrias e domésticos e à incineração de resíduos fizeram com que as emissões de gases de efeito estufa no setor disparassem no Brasil nos últimos 15 anos.

De acordo com o Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), entre 2000 e 2014 houve um crescimento de 80% das emissões de gases de efeito estufa do setor de resíduos. Somente em 2014 foram lançadas 68,3 milhões de toneladas de CO2, que representa o maior número absoluto dos últimos 44 anos.

Apesar de ser um setor com baixa emissão, se comparado ao desmatamento, agropecuária e processos industriais, a contribuição dos resíduos tem grande impacto na atmosfera por conta da geração de gases com maior potencial de aquecimento global, como o metano, que é 21 vezes mais potente que o gás carbônico.

A questão é que o Brasil poderia ser um exemplo para o mundo se tratasse e destinasse adequadamente, tanto seus resíduos sólidos como os líquidos. O país detém tecnologia e conhecimento para tanto. Porém, esbarra na falta de cumprimento da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que desde 2010 determina que os municípios brasileiros devem ter um plano de gestão e destinação adequada para os resíduos sólidos, eliminando os lixões.

De acordo com informações da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), 58,4% dos resíduos sólidos urbanos coletados foram destinados corretamente para aterros sanitários em 2014. No entanto, os outros 41,6%, equivalentes a 81 mil toneladas diárias, ainda são destinados para os lixões.

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