Medir para aperfeiçoar: segunda edição do ISLU revela avanços na sustentabilidade da limpeza urbana

“Aquilo que não se pode medir, não se pode melhorar”, defendia o físico irlandês William Thomson. Seguindo essa mesma premissa, a segunda edição do Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana (ISLU), idealizado pelo Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo (SELUR) e pela PwC, aponta seus destaques. O estudo, que tem como objetivo suprir a falta de informações sobre a coleta de resíduos nas cidades brasileiras e mapear o cumprimento das recomendações da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), destaca Maringá (PR) como a primeira colocada no ranking de municípios com mais de 250 mil habitantes (inclusive com todas as capitais), seguida por Niterói (RJ), Santos (SP) e Rio de Janeiro (RJ), respectivamente. São Paulo (SP) figura em 49º posto.

Nesta edição, foram avaliados 3.049 municípios, ante 1.729 no ano passado. Ou seja, houve uma ampliação em quase 50% em relação à participação. Dois principais pontos foram observados: cidades que contam com mecanismos de arrecadação específica, com ênfase em sustentabilidade financeira, tiveram uma pontuação mais avançada; além disso, 70% daquelas mais bem posicionados ficam na região sul do País.

Nesse mesmo levantamento (mais de 250 mil habitantes), as cinco menores pontuações ficaram com São João do Meriti (RJ), Juazeiro do Norte (CE), Teresina (PI), Serra (ES) e Belém (PA), respectivamente. Apesar das menores pontuações, Belém e Teresina apresentaram uma evolução positiva no índice entre 2015 e 2014, de acordo com dados do ISLU.

Ainda de acordo com esta edição, outras peculiaridades foram notadas, como o fato de que aproximadamente 70% das cidades com arrecadação específica dispõem corretamente os resíduos, encaminhando-os para aterros sanitários. Nas localidades sem arrecadação específica, o índice é de 28%. Mais do que isso, é preciso planejar, segundo o ISLU. Gestões públicas que contam com um planejamento de limpeza urbana também apresentam um desempenho melhor: 75% dos adeptos desse tipo de plano dispõem o lixo apropriadamente.

Como funciona o ISLU:

O ISLU segue a metodologia de cálculo do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano da ONU), chamada de análise fatorial, e mensura o desenvolvimento das cidades a partir da implementação da PNRS. O estudo é elaborado a partir do cruzamento de dados oficiais mais recentes disponibilizados pelos municípios no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

Para chegar aos resultados apontados acima, quatro aspectos foram levados em consideração: Engajamento do Município (população atendida e população total); Sustentabilidade Financeira (arrecadação específica menos despesa do serviço sobre a despesa total do município); Recuperação dos Recursos Coletados (material reciclável recuperado sobre total coletado); e Impacto Ambiental (quantidade destinada incorretamente sobre a população atendida).

Desde sua primeira edição, o ISLU se propõe a apoiar a administração dos municípios, como uma ferramenta quantitativa de avaliação. Na medida em que afere a sustentabilidade da limpeza urbana dos municípios, o levantamento permite ver os pontos que podem ser melhorados a partir dos índices apresentados.

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