Educação ambiental em foco: uma visita ao Instituto Estre

Movimento Lixo Cidadão conhece in loco os projetos sustentáveis da instituição durante um tour bem produtivo em Paulínia (SP)

 

O Movimento Lixo Cidadão acredita que boas iniciativas, especialmente aquelas que engajam pessoas e geram multiplicadores, merecem destaque. Em agosto, fomos conhecer de perto a sede do Instituto Estre, em Paulínia (SP), que desenvolve há dez anos uma série de atividades com foco em educação ambiental.

 

 

Ao chegar ao local, que fica em uma área afastada, na região do Parque da Represa, fomos recebidos pela equipe de projetos e nos encantamos com o espaço arborizado, tranquilo e coerente com a proposta da instituição. Em uma sala reservada ao lado do bosque, quatro horas de bate-papo passaram com uma velocidade inversamente proporcional ao “tempo” dentro do instituto. Falamos sobre os principais projetos e as próximas iniciativas.

Criado em 2006 e mantido pela Estre Ambiental – a empresa responsável pela gestão de resíduos sólidos de grandes cidades a exemplo de Campinas (SP) e Curitiba (PR) –, o instituto nasceu para se tornar um espaço educador sustentável que inspire o engajamento coletivo. A ideia é facilitar, de maneira lúdica, a reflexão e o diálogo acerca dos desafios socioambientais contemporâneos por meio da educação ambiental crítica e emancipadora.

Além de estar presente em Paulínia, onde está localizado ao lado do aterro sanitário operado pela Estre Ambiental, o Instituto opera projetos em diferentes cidades e conta com mais dois centros de educação ambiental: Nordeste – Rosário do Catete (SE) – e Sul – Fazenda Rio Grande (PR).

Um dos carros-chefes atualmente é o programa de oficinas pedagógicas “Cadê o lixo que estava aqui?”, dividido em quatro etapas: “Preparando o terreno”, em que professores passam por uma formação sobre consumo crítico e resíduos e recebem os materiais didáticos desenvolvidos pelo instituto; “Pré”, quando os educadores desenvolvem as primeiras atividades com os alunos em sala de aula; “Oficina”, momento em que as turmas visitam o instituto e fazem um estudo no aterro; e “Pós”, etapa dedicada a atividades e relatos após a imersão. “Para as escolas que não podem acompanhar o percurso, as oficinas são desenvolvidas em sala de aula”, explica Alciana Paulino, gestora de projetos do Instituto Estre.

Outro destaque é a maquete educativa, à disposição dos visitantes na sede do instituto, em que um educador mostra todo o trajeto do lixo, do descarte às diferentes destinações. A aula prática explica didaticamente como se dá a geração de energia a partir da reutilização do gás metano, proveniente do lixo; como são os processos de um aterro sanitário; o que é feito com o chorume (líquido oriundo da decomposição de resíduos orgânicos); os impactos de um lixão; entre outros.

Inicialmente pensado para outubro (Mês da Criança), mas já extrapolando essa curva e com edições em outros períodos, o “Histórias para pertencer ao mundo” promove espetáculos itinerantes que incentivam crianças e adultos a entender questões relacionadas a sustentabilidade e a consumo crítico. Contadores de histórias levam esse tema de maneira lúdica e descontraída. Em agosto, Curitiba recebeu uma edição da iniciativa. Para se ter uma ideia do tamanho do projeto, em 2016, mais de 23 mil pessoas foram impactadas, em 14 cidades diferentes.

Outra iniciativa que merece atenção é o “Escolas Sustentáveis”, elaborado a partir de uma política pública do Ministério da Educação (MEC) de 2009. Promovido ao longo do ano letivo, o programa atua em quatro eixos: gestão, edificações, currículo e cidadania. É feito pelo Instituto em parceria com a comunidade escolar. Os profissionais se encontram uma vez por mês para discutir possíveis ações associadas aos quatro tópicos.

Desde 2011, 78 escolas foram contempladas com o “Escolas Sustentáveis”, que vão de sessões de troca de conhecimentos a medidas mais práticas sobre como tornar nossa sociedade mais sustentável. “Educação ambiental é mais do que um conteúdo: é uma experiência. Para nós, é um projeto. Para a escola, é um processo”, complementa a coordenadora de projetos.

Por fim, o Movimento Lixo Cidadão fez um tour guiado pelo aterro sanitário da Estre Ambiental, localizado ao lado do Instituto, que pertence à categoria de número dois (resíduo domiciliar não perigoso). Com fluxo diário de 500 caminhões, responsáveis pelo transporte de cinco mil toneladas por dia, o espaço atende 30 cidades da região campineira, sendo considerado um dos principais exemplos nacionais na gestão apropriada do lixo urbano.

 

Para saber mais sobre o Instituto Estre, clique aqui.

 

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