Conheça o estudo que avalia como as cidades cuidam de seu lixo

Idealizado pelo Selurb, o ISLU mede a aderência dos municípios brasileiros à Política Nacional de Resíduos Sólidos. Qual a pontuação da sua região?

Acaba de sair a terceira edição do Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana (ISLU), estudo idealizado em 2016 pelo Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb), em parceria com a PwC (PricewaterhouseCoopers). O objetivo é medir a aderência dos municípios em relação ao cumprimento das metas e diretrizes estabelecidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, conhecida como PNRS (se você ainda não do que se trata, clique aqui para ler).

Em outras palavras, ele serve como um termômetro para avaliar como os municípios tratam a gestão de resíduos sólidos.

Assim como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, o ISLU varia entre 0 (zero – baixo desenvolvimento) e 1 (um – alto desenvolvimento) e analisa os dados oficiais mais recentes disponibilizados pelos próprios municípios no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).

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Números preocupantes

Nesta 3ª edição, o ISLU mostra que, mesmo após oito anos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, das 3.374 cidades que participam do SNIS, 333 (9,9%) aparecem no nível “muito baixo”; 868 (25,7%); baixo; 1.731 (51,3%), médio; 436 (12,9%), alto; e apenas seis (0,02%) atingiram o “muito alto”. São elas: Marau (RS), Braço do Trombudo (SC), Sapucaí-Mirim (MG), Itapiranga (SC), Presidente Lucena (RS) e Não-Me-Toque (RS).

Veja outros números revelados pelo estudo:

ISLU 2018 - Cidades Participantes

 

Inexistência de arrecadação específica para sustentabilidade dos serviços é um dos principais gargalos

De acordo com o ISLU, no Sul do Brasil a destinação final ambientalmente correta (aterros sanitários) chega a 88,5%, e no Sudeste o indicador fica em 51,1%. Norte e Centro-Oeste ficam com 14,1% e 14,4%, respectivamente; enquanto o Nordeste não passa dos 11,4%.

Quando o assunto é arrecadação específica para custear os serviços de limpeza urbana, o estudo mostra que 75,8% dos municípios do Sul e 40,3% do Sudeste já encontraram uma forma de captar recursos para este fim. Nas outras regiões do país, no entanto, os percentuais são muito mais baixos: Centro-Oeste 18,8%, Norte 14,7% e Nordeste 4,9%.

Reciclagem

O ISLU demonstra ainda que os índices de reciclagem são insignificantes no Brasil. A média nacional não passa dos 3,7%, melhorando um pouco nas regiões mais desenvolvidas: 7,28% no Sul e 3,90% no Sudeste. Já no Centro-oeste o percentual de material reciclado fica em 1,40%; norte, 0,80%; e nordeste, apenas 0,50%.

A realidade é pior em algumas das grandes cidades brasileiras. Dos 20 maiores municípios do país, apenas Goiânia tem índice de reciclagem superior à média brasileira: 4,38%. Já considerando as cidades com mais de 250 mil habitantes, Viamão – RS é a cidade com maior índice de reciclagem, com 9,9%.

Universalização

Outro fator importante ao analisar a gestão de resíduos sólidos no Brasil é a cobertura do serviço de coleta de lixo domiciliar. Neste quesito, o Sudeste se sai melhor, com uma cobertura que envolve 84% das residências. A segunda melhor região é a Centro-Oeste, com 81%. O Sul, que lidera em quase todos os índices, tem uma taxa de 72%, enquanto Nordeste e Norte contam com 66% cada.

Maior pontuação

O município de Caxias do Sul se destacou, obtendo a melhor pontuação entre o grupo de cidades com mais de 250 mil habitantes: 0,745. A cidade gaúcha tem 100% de seu território atendido pela coleta domiciliar e é uma das cidades onde existe uma fonte de recursos específicos para o serviço, a taxa de coleta de lixo.

As cidades que possuem este tipo de arrecadação possuem uma média maior de universalização (80%) e de destinação correta (72%). Caxias, particularmente possui taxa de reciclagem de 8,45%.

Cidades de maior aderência à PNRS (quadro nacional):

Quadro Nacional

 

Cidades de maior aderência à PNRS (Acima de 250 mil habitantes):

250+

 

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