Chile entra forte na luta contra o plástico

Nossos vizinhos adotam medidas para políticas mais sustentáveis e deixam exemplo a ser seguido em toda América do Sul

Em 2014, o mundo fabricou cerca de 311 milhões de toneladas de plástico. As estimativas são que se as coisas não mudarem, em 2050 serão produzidas algo em torno de 1,124 bilhão de toneladas do produto…

Alguns países ao redor do mundo já estão tomando medidas definitivas para a diminuição da produção plástica, mas parece que o Brasil está anos-luz distante de políticas efetivas. Bem, na verdade, não é só nosso país, mas o continente sul-americano deixa a desejar quando se trata de “políticas sustentáveis”.

Mas o primeiro passo para a mudança do cenário foi dado quando, no dia 3 de agosto, o presidente chileno Sebastián Piñera promulgou a lei que proíbe a distribuição de sacolas plásticas no comércio em todo o território do país!

Com a adoção da medida, o Chile se tornou o primeiro da América do Sul a proibir sacolas plásticas. Apesar de ser a grande referência em nosso continente, o nosso vizinho se juntou já a outros 60 países que que tomaram medidas para reduzir a poluição causada pelas 10 milhões de sacolas que são consumidas por minuto.

A medida assinada por Piñera passará por um tempo de adaptação de seis meses. Durante esse período, o comércio do país poderá entregar “um máximo de duas sacolas plásticas aos consumidores para cada compra que realizarem”, diz o texto da lei. Após esse prazo, será totalmente proibida a distribuição de sacolinhas plásticas em supermercados, farmácias e outros grandes comércios.

Para aqueles que violarem a lei, será aplicada uma multa de 370 dólares para cada sacola plástica entregue. Se a degradação do meio ambiente não comove a população, a “sucinta multa” certamente os fará pensar duas vezes antes de distribuir ou utilizar uma sacolinha por aí.

Sacola que se desfaz na água

Não adianta apenas proibir se não apresentar medidas viáveis à rotina da população, certo? É exatamente isso que os chilenos pensaram.

Os engenheiros Roberto Astete e Cristian Olivares apresentaram ao mundo sacos plásticos e de tecido reutilizáveis solúveis em água e que não são contamináveis. A sensacional descoberta se deu por acaso, na verdade. Os pesquisadores faziam experimentos para fabricar um detergente biodegradável, quando acabaram encontrando a fórmula química à base de PVA (álcool polivinílico, solúvel em água) e que substitui os derivados do petróleo, responsáveis pela alta durabilidade dos plásticos que se integrou à cadeia alimentar de animais marinhos e responsáveis pela deterioração do meio ambiente.

“Nosso produto deriva de uma pedra calcária que não causa danos ao meio ambiente”, disse Astete, diretor-geral da empresa SoluBag, empresa responsável pelo desenvolvimento das sacolas biodegradáveis.

De acordo com engenheiro, o que fica na água após a decomposição dos sacos é apenas carbono, o que os exames médicos realizados demonstraram que “não tem nenhum efeito no corpo humano”. E para provar que o resultado da dissolução é potável e não faz mal, Astete e Olivares bebem da água onde a sacola se desfez.

“A grande diferença entre o plástico tradicional e o nosso é que aquele vai estar entre 150 e até 500 anos no meio ambiente e o nosso demora apenas cinco minutos. A gente decide quando o destrói”, completou.

Não por acaso, a iniciativa ganhou o prêmio SingularityU Chile Summit 2018 como empreendimento “catalizador de mudança”, o que rendeu aos inventores um estágio no Vale do Silício a partir de setembro. Merecido, não é?

E agora? Será que os representantes brasileiros irão seguir o modelo de nossos hermanos chilenos e adotarão leis que ajudem na diminuição do consumo e da fabricação de produtos plásticos também? O mundo inteiro está caminhando nessa direção. Cabe ao nosso país seguir a onda e fazer a coisa certa!

Fonte: Uol, Exame

 

 

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