2020: Hora da Natureza – Dia do Meio Ambiente
Neste ano, a ONU chama a atenção para a nossa relação com a natureza e o planeta
Neste ano de 2020, o meio ambiente precisa de todos nós mais do que nunca.
Tradicionalmente, todo dia 05 de junho é comemorado em todo o mundo o Dia do Meio Ambiente. Esta é a principal data da ONU para promover a conscientização e a ação em nível global em prol do meio ambiente. O Dia do Meio Ambiente integra a Semana do Meio ambiente, cinco dias dedicados a nos fazer repensar nossa relação com o mundo em que vivemos, começando em 1 de junho e terminando dia 5 do mesmo mês.
Realizado anualmente desde 1974, também se tornou uma plataforma vital para promover o progresso nas dimensões ambientais dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Organizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), mais de 150 países participam a cada ano. Grandes empresas, organizações não governamentais, comunidades, governos e celebridades de todo o mundo adotam a marca do Dia Mundial do Meio Ambiente para defender causas ambientais.
2020: Hora da Natureza
Para 2020, o tema proposto pela ONU é a biodiversidade. A escolha tem o objetivo de chamar a atenção para nossa relação com a natureza e o planeta, e para as consequências quando essa relação não é harmoniosa. Tudo vem da natureza: os alimentos que comemos, o ar que respiramos, a água que bebemos e o clima que torna nosso planeta habitável.
A biodiversidade constitui a base essencial para a manutenção da vida na Terra e para o desenvolvimento humano. Ela engloba cada uma das 8,7 milhões de espécies de animais e plantas encontradas no nosso planeta, desde os grandes mamíferos e árvores gigantes aos micro-organismos. Mas essa riqueza de biodiversidade corre perigo. Com cerca de 1 milhão de espécies ameaçadas, a natureza está à beira de um colapso. A atividade humana representa um risco real à fauna e à flora do planeta.
Ano-chave para biodiversidade: o malefício dos lixões
Segundo o PNUMA, 2020 é um ano crítico para os compromissos das nações de preservar e restaurar a biodiversidade, oferecendo uma oportunidade para acelerar o início da Década das Nações Unidas sobre Restauração de Ecossistemas (2021-2030), degradados por diferentes fontes de poluição ambiental.
Neste contexto, a erradicação dos lixões revela-se crucial, na medida em que esta forma irregular de disposição de lixo reduz e até mesmo extingue espécies nativas da flora e fauna locais, ao desequilibrar a arquitetura natural dos ecossistemas que possibilita seu mútuo desenvolvimento.
A destruição da cobertura vegetal para alocação do lixo, expõem o solo a erosões, carreando sedimentos que prejudicam as nascentes, gerando o acúmulo de poluentes que alteram a composição química do solo, impedindo o desenvolvimento da flora nativa e fomentado o surgimento de espécies oportunistas, prejudicando o habitat da fauna natural local.
Esse desequilíbrio é facilmente percebido pelo grande número de animais exóticos ao ambiente, tais como moscas, baratas, ratos, gatos, cachorros, garças, urubus, gaviões e outros competidores para as espécies nativas da área, muitas vezes na condição indesejável de vetores de doenças para outros animais e seres humanos.
Entre as componentes ambientais apontadas, o meio antrópico, solo, água, flora e fauna são os mais degradados pelos 3.250 lixões existentes no país, expondo de forma clara a necessidade de se aprovar o mais rapidamente possível o Novo Marco Legal do Saneamento, sob pena do modelo de gestão de resíduos sólidos dos municípios brasileiros continuar funcionando como um dos principais fatores de perda biodiversidade em todo território nacional.
Conheça o tema do ano anterior
2019: Combate à Poluição do Ar
Em 2019, o tema escolhido pela ONU foi o “Combate a Poluição do Ar”. A celebração do ano anterior incitou governos, indústria, comunidades e indivíduos a se unirem para explorar a energia renovável e as tecnologias verdes, bem como melhorar a qualidade do ar em cidades e regiões de todo o mundo. Qualquer substância presente no ar que possa prejudicar os seres vivos é considerada poluição. Assim, os gases tóxicos provenientes de atividades humanas são sua principal causadora, principalmente, aqueles emitidos por escapamentos de veículos, chaminés de fábricas e incêndios florestais.
Durante o período, o Departamento de Economia do Sindicato Nacional de Empresas de Limpeza Urbana (SELURB) divulgou um estudo chamando a atenção para o problema no país. O trabalho revelou que a poluição atmosférica causada por lixões e outros pontos de descarte irregular no Brasil emite o equivalente a 6 milhões de toneladas de gás carbônico (CO2) ao ano. Este número é maior que o volume emitido pelo Vulcão Etna durante o mesmo período (5,8 milhões de toneladas).
Impressionante, certo? Além disso, o estudo revelou que, na prática, o Brasil está longe de cumprir as metas de combate à poluição do ar, como exemplo:
– A queima de resíduos ilegais no país é responsável pelo lançamento na atmosfera de cerca de 256.000 toneladas de CO2eq (dióxido de carbono) anualmente. Esse valor é equivalente a poluição anual emitida por 137 mil automóveis movidos à gasolina.
– Se a gestão dos resíduos sólidos fosse feita corretamente no Brasil, seria possível transformar os gases provenientes do lixo em energia elétrica para abastecer anualmente uma cidade com 600 mil habitantes.
– Mesmo após o encerramento de um lixão, o local continuará produzindo metano por mais de 30 anos.
Fonte: Saneamento em Pauta, PNUMA