São Paulo ganha central de tratamento de resíduos de saúde
Na última segunda-feira (8/5), o Movimento Lixo Cidadão foi a Perus (SP) para acompanhar a abertura da Central de Tratamento de Resíduos de Serviços de Saúde Marcus Silva Araujo (CTRSS), que é a maior operação desse modelo na América Latina a usar a tecnologia de autoclaves. Iniciativa da Loga Logística Ambiental de São Paulo, a unidade tem a capacidade de receber e processar até duas mil toneladas de resíduos de saúde por mês.
Sabe o que mais chamou nossa atenção? A central, localizada ao lado do aterro Bandeirantes, desativado em 2007, tem uma estrutura de primeiro mundo e será muito importante para a destinação adequada de vestígios hospitalares justamente por contar com a tecnologia de autoclave, que expõe o lixo a um tratamento térmico, combinando quatro variáveis – temperatura, pressão, tempo de residência ou tratamento, além do contato ou penetração do vapor na massa de resíduo. Desse modo, o material contaminado é exposto a esses fatores de modo a eliminar todos os microrganismos patógenos, reduzindo a carga microbiana.
“É uma autonomia para o município e para a região. Com esse projeto, 100% custeado e viabilizado pela Loga, vamos tratar duas mil toneladas mensalmente. Isso sem mencionar os empregos diretos gerados e a possibilidade de expansão”, afirmou Marcelo Gomes, diretor-presidente da concessionária de limpeza urbana, em bate-papo com o Blog.
A CTRSS tem capacidade para receber material de mais de 14 mil estabelecimentos de saúde dos grupos A e E, formados por pequenos geradores (farmácias, clínicas, veterinários e laboratórios) e por grandes hospitais do Agrupamento Noroeste de São Paulo. Para colocar essa ideia de pé, a Loga aportou R$ 35 milhões em obras que duraram um ano e meio.
“A central da Loga vai atender praticamente toda a coleta do agrupamento Noroeste. O local é muito adequado e a instalação é de primeiro mundo, devido à tecnologia empregada. A autoclave vai além da desinfecção e inclui a esterilização total dos resíduos dos serviços de saúde”, afirmou o presidente do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana no Estado de São Paulo (Selur), Marcio Matheus, que compareceu à cerimônia de inauguração.
Da mesma opinião compartilha Edson Tomaz, presidente da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), durante breve palestra na abertura. “Estamos diante de um marco para a região. Há um caminho a ser percorrido, teremos alguns desafios, mas contamos com o suporte da Prefeitura”, complementou.
Na prática, o processo operacional é dividido nas seguintes etapas:
1) recebimento e armazenamento temporário de resíduos;
2) carregamento e pesagem dos resíduos;
3) tratamento térmico por autoclavagem;
4) descaracterização dos resíduos por trituração;
5) acondicionamento e transporte para a destinação final.