Programa da ONU aponta que gestão adequada de resíduos é vital no combate ao novo coronavírus
O descarte incorreto de máscaras, luvas e outros tipos de resíduos infectados podem aumentar a disseminação do vírus
O mundo enfrenta um cenário sem precedentes: uma pandemia de COVID-19, um vírus novo para a população e que já fez milhares de vítimas em todo o globo. Cada dia que passa, o número de pessoas infectadas cresce e, junto com isso, muitos tipos de resíduos perigosos e hospitalares estão sendo gerados, como máscaras, luvas e outros itens infectados, sem contar os resíduos não infectados que estão sendo gerados também.
A gestão inadequada desses resíduos pode causar efeitos imprevisíveis na saúde humana e no meio ambiente. Por isso, o manuseio seguro e o descarte final desses materiais são essenciais para uma resposta de emergência eficaz, disse o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Diante deste novo contexto, os governos precisam dar atenção especial ao tratamento e gestão de resíduos — sejam eles hospitalares, domésticos ou de outros tipos — e enxerga-los como um serviço público urgente e essencial para minimizar possíveis impactos secundários à saúde e ao meio ambiente.
O gerenciamento correto de resíduo biomédico e de serviços hospitalares requer identificação, coleta, separação, armazenamento, transporte, tratamento e descarte apropriados, além de outras práticas importantes, como desinfecção, proteção e capacitação de pessoal.
Uma conduta segura do lixo doméstico também será, provavelmente, crucial durante a pandemia de COVID-19. Os resíduos de serviços médicos, como máscaras, luvas, medicamentos usados ou vencidos, bem como outros itens contaminados, podem facilmente se misturar ao lixo residencial comum – se não forem mantidos rígidos controles –, o que pode ser responsável pela disseminação ainda maior da doença. Exatamente por este motivo, devem ser tratados como resíduos perigosos e descartados separadamente. Eles devem ser armazenados separadamente de outros resíduos e coletados por especialistas das prefeituras ou por empresas de coleta especializadas.
As diretrizes sobre as especificidades da reciclagem ou descarte de resíduos são detalhadas na Cartilha sobre Resíduos Biomédicos e de Serviços de Saúde, da Convenção da Basileia.
Neste momento, as Partes da Convenção da Basileia estão trabalhando em um documento de orientação para o gerenciamento correto do lixo doméstico e, embora este documento ainda não esteja finalizado, um rascunho foi liberado para consulta e orientações provisórias.
O secretário-executivo das Convenções de Basileia, Roterdã e Estocolmo, Rolph Payet, declarou que “todos os segmentos da sociedade estão se unindo para combater o vírus e minimizar o impacto humano e econômico da COVID-19 em todo o mundo”.
“Para enfrentar esse grande desafio, convoco as pessoas responsáveis pelas tomadas de decisão em todos os níveis – internacional, nacional, municipal e distrital – a unirem esforços para garantir que a gestão de resíduos, inclusive de fontes hospitalares e domésticas, receba a devida atenção e prioridade, a fim de garantirmos a minimização dos impactos na saúde humana e no meio ambiente provenientes dessa onda de resíduos potencialmente perigosos”, complementou.