Moda e consciência lado a lado
Iniciativas de grandes marcas, como C&A e Malwee, mostram que a indústria da moda pode gerar menos passivos ambientais a partir de iniciativas sustentáveis
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, aproximadamente 80 bilhões de peças novas são consumidas no mundo todo anualmente. Isso significa que toneladas de resíduos têxteis são gerados todos os dias. Na contramão desse cenário, algumas marcas de roupas e calçados abraçam causas ecológicas e possuem programas e iniciativas sustentáveis.
As sobras de tecidos não utilizadas, frequentemente, permanecem em estoques ou vão para os aterros sanitários. Esses resíduos geralmente são feitos a partir de fibras sintéticas, o que dificulta ainda mais a decomposição dos materiais na natureza.
Uma iniciativa consciente e que favorece o meio ambiente é o Banco de Tecido criado pela figurinista Lu Bueno. Após anos trabalhando com cinema, teatro e televisão, ela percebeu que acumulou muitos quilos de tecidos. Um dos objetivos é o recebimento e o reaproveitamento de roupas doadas e de brechós, uniformes ou matéria-prima excedente de produção.
Já a C&A, desde 2006, criou um sistema de auditoria em sua rede de fornecimento e busca cada vez mais melhores condições de trabalho e, principalmente, em questões ambientais e relacionadas a sustentabilidade. A empresa ainda conta com o Movimento ReCiclo, que oferece a possibilidade de descarte de roupas usadas através da reutilização ou da reciclagem.
Uma marca que tem se destacado na moda ambiental é a Insecta Shoes, com sapatos e acessórios veganos e ecológicos, feitos com excedentes próprios, garrafas pet, algodão reciclável, material proveniente de bancos de tecidos e roupas de segunda mão. O grupo Adidas é outro nome que se preocupa com a gestão ambiental, por meio do programa de Estratégia Ambiental, em que procura reduzir o impacto da indústria do algodão convencional no meio ambiente. Uma das iniciativas é utilizar 100% de better cotton em 2018 em sua linha de produção.
Você conhece o Roupa Livre? Esse movimento coletivo busca alternativas e soluções com pessoas que já têm roupas demais, além de relações mais conscientes entre consumidores e o que vestimos. Sabia que para a produção de uma calça jeans são necessários 10 mil litros de água? Iniciativas mais conscientes para a redução de resíduos no meio ambiente se tornam essenciais.
Só no ano passado, a marca feminina Cantão, juntamente com 60 crianças do Instituto EMARCA e em parceria com o Instituto Canto Vico e o Espaço Cria, plantou cerca de 200 mudas de árvores de espécies nativas da Mata Atlântica no Parque Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro. Já o grupo Malwee foi uma das primeiras empresas a fabricar peças de roupas com fios biodegradáveis – o Amni Soul Eco, com insumos que se decompõem em três anos. A rede busca reutilizar até 200 milhões de litros de água todos os anos por meio da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), sendo um dos objetivos principais devolver a água reutilizada ao rio Jaraguá.
E você, já parou para pensar no seu consumo de roupas? Seja mais consciente. Pequenas atitudes no cotidiano podem gerar grandes diferenças.