Orquestra converte lixo em arte e dá visibilidade a talentos da comunidade
Violinos, violoncelos, violões, saxofones e instrumentos de sopro e percussão feitos com tambores de metal, tubos galvanizados e latão, que poderiam ser meramente descartados, mas foram reaproveitados para uma iniciativa nobre. Essa foi a ideia que mobilizou a criação da Orquestra de Instrumentos Reciclados de Cateura, no Paraguai, país vizinho também membro do Mercosul.
Baseada na capital Assunção, a iniciativa nasceu na periferia da cidade com o objetivo de afastar jovens de problemas típicos de qualquer comunidade latino-americana em situação de risco social. Em uma entrevista à BBC, o organizador Fábio Chávez afirmou que a música mantém crianças afastadas dessas questões e as motiva a aprender outros valores. “A orquestra é como uma ilha”, afirmou ao veículo (leia na íntegra aqui). O repertório vai do erudito ao popular, contando com hits do porte de “Garota de Ipanema” e “New York, New York”.
Originalmente batizado como La Orquesta de Instrumentos Reciclados de Cateura, o projeto é o primeiro do mundo a fazer esse tipo de ação com materiais reciclados, obtidos no maior lixão de Assunção – o Cateura. Essa trupe já se apresentou em diversos países do mundo, como Holanda, Argentina e inclusive Brasil – em 2012, durante a realização do Rio+20.
“O mundo nos envia lixo, nós devolvemos música”, afirma Chavés, no vídeo de promoção da iniciativa. Esse mesmo material conta inclusive com depoimentos de vários jovens que integram a orquestra. São testemunhos tocantes, mostrando como uma ideia como essa, aparentemente simples, pode transformar a vida de muitas pessoas, dando mais perspectivas profissionais e de vida – algo até então escasso.
Situada em uma comunidade estabelecida ao redor de um lixão, com pouca salubridade e quase nenhuma infraestrutura de saneamento, a orquestra é mais do que a capacitação de novos talentos da música: é uma mola propulsora de sonhos para jovens que teriam grandes chances de ter seus potenciais, como inteligência e criatividade, desperdiçados.
Para acompanha-los, siga a orquestra no Twitter, Facebook ou acompanhe no site do projeto.