Como funciona um aterro sanitário?
Muito se fala, mas poucos sabem o que é e como funciona essa obra de engenharia tão necessária para a preservação do meio ambiente. Veja passo a passo o caminho do resíduo dentro de um aterro.
Antes de mais nada, você sabe o que é um aterro sanitário? Bem, é uma obra de engenharia projetada sob critérios técnicos e ambientais, cuja finalidade é garantir a disposição dos resíduos sólidos urbanos sem causar danos à saúde pública e ao meio ambiente. É considerado uma das técnicas mais eficientes e seguras de destinação de resíduos, pois permite um controle eficiente e seguro do processo e, no Brasil, apresenta a melhor relação custo-benefício. Pode receber e acomodar vários tipos de materiais, em diferentes quantidades.
Aqui, é muito importante que você não confunda lixões e aterros sanitários. Enquanto o primeiro é uma área de despejo de lixo a céu aberto, sem qualquer medida de proteção ao meio ambiente e à saúde pública, com alto risco de contaminação do solo e do lençol freático e atração de animais vetores de doenças -, o aterro sanitário é, segundo a norma da ABNT NBR 8419/1992, uma técnica segura de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo, sem causar danos à saúde e ao meio ambiente.
Chorume? Aqui não!
O chorume é um líquido escuro, viscoso e malcheiroso, resultante da decomposição dos resíduos orgânicos, que libera gás metano (CH4), um dos principais causadores do efeito estufa, sendo mais prejudicial para o aquecimento global que o dióxido de carbono (CO2).
O sistema dos aterros sanitários impede que o chorume tenha contato com o solo e viabiliza a sua captação e dos gases liberados pelo lixo, impedindo, assim, que haja qualquer contaminação da terra, do ar e dos cursos de água.
Uma das alternativas tem sido o uso do metano para a produção de biogás, um biocombustível proveniente de materiais orgânicos. Em resumo, o biogás é uma fonte alternativa de energia limpa (renovável) produzida pelo lixo orgânico (biomassa).
Veja esse vídeo que explica um pouco como funciona o isolamento do solo para a não contaminação por chorume:
Estrutura e Sistema de um Aterro Sanitário
Os aterros sanitários são compostos por setores: de preparação, execução e conclusão. No primeiro acontece a impermeabilização e o nivelamento do terreno. No setor de execução os resíduos são separados de acordo com suas características e depositados separadamente. Quando a capacidade de disposição de resíduos em um setor do aterro é atingida, a área é recomposta e revegetada, com os resíduos sendo então depositados em outro setor. Quem olha de fora nem imagina que debaixo de uma montanha verde e bonita há resíduos descartados pela população.
Separamos ponto a ponto o funcionamento de um aterro sanitário:
Perigo: Aterros controlados ≠ aterros sanitários
Ao ouvirmos a palavra “aterro”, logo imaginamos que se trata de um local protegido, sem qualquer tipo de impacto ambiental, certo? Só que não. Ainda tem gente que imagina um lixão. Essa confusão, infelizmente, é muito recorrente.
Temos, porém, que tomar muito cuidado com os chamados aterros controlados, que apesar do nome, estão longe de ser seguros ao meio ambiente como os aterros sanitários. Ele nada mais é que um local cercado, com acesso controlado de pessoas, para despejo de lixo, onde os resíduos somente são cobertos com terra. Nele não existe um sistema de captação do chorume e gases. Ou seja, é, ao lado dos lixões, apenas um outro tipo de local de deposição inadequada de lixo. Em nada protege o meio ambiente.
Fonte: VG Resíduos, Ministério do Meio Ambiente, Toda Matéria, Pensamento Verde
